Chocolates e cacos...

"Não existem chocolates todos os dias do mês!"

Quando ouvi essa frase, num tom sutil de consolo com um misto de ironia, eu sabia que não poderia vir de outra pessoa...mas logo pensei, "É a vida, os chocolates não são para todos os dias"

Eu vivi uma semana sem chocolates, com direito a dúvidas e mágoas... Eu que sempre preferi ser um "ser " da dúvida, nada me conforta tanto como as minhas verdades e a minha sensação de criar uma verdade própria que me protege.

Eu fui empurrada em direção a verdade que eu sequer sabia existir, verdades duras, frias e cortantes... que cortam a nossa confiança e nos fazem sangrar.

Senti meu ser virar cacos e a dor dilacerante da mágoa se formando no peito, tão pesada e tão profunda. Eu estou juntando cacos para transformar em uma obra de arte, uma amiga muito querida disse que as melhores obras de arte são feitas a partir de cacos...

Então darei um passo de cada vez...

Sozinhos

Os controles remotos passam, os táxis também... Impressionante há de ser a nossa capacidade camaleônica de adaptar-se.

As pessoas estão desacreditadas em tantas coisas, que não me surpreende ouvir amigas minhas com seus belos 20 e poucos anos desacreditadas no amor, nunca fomos tão sozinhos já disse Jabour.

Com tantos desencontros, falta de sincronia, identificação nula e decepções, o amor no mundo moderno transformou-se no amor solitário, no amor ao ato de amar.

Até porque nunca fomos tão egoístas práticos, e exigentes com os nossos sentimentos, o tipo de vida moderno exige quase que um acerto mecânico das possibilidades de um casal consolidar-se.

Cabe a nós pensarmos até que ponto as nossas necessidades de sentir estão sendo contempladas, relacionamentos baseiam-se em aceitação, compreensão dos limites alheios e muito mais que apenas probabilidades de aceitação do tipo social moderno.